Translate

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015




Roda e o Banco.
J. Norinaldo.



Assim como a vida a roda cansou, e hoje serve de encosto para quem quer descansar, encostada morta, serrada e polida, depois de movimentar a  lida, se recosta agora onde ainda há vida, galhos e folhas como foi outrora. Porém como tudo terá um fim esta roda em fim encontrou o caminho do seu, coberta de folhas que também estão mortas, mas dançam ao vento no balé do outono, não exalam odor de carniça, não precisam se cobrir de caliça e ainda dançam antes do último sono. Hoje um banco velho soturno e sozinho, só algum passarinho vez por outra posa; porém já foi palco de confissões de amores algumas com a efemeridade das flores, outras que duram mais do que o banco. A roda  da é que não pode parar, para ninguém se abancar no regaço da sombra; porque quando para o que é normal, o descanso será na horizontal, significa o recibo da conta, e a caliça já tem que está pronta, ou então o odor carniça avança, sem balé nem dança como as folhas de outono, antes da partida ao derradeiro sono. O banco de roda que não gira mais, num canto de paz como um velho túmulo, e as folhas mortas num silente acúmulo, aguardam o vento para bailar mesmo mortas; provando que existe que escreve certo mesmo por linhas tortas.

Sem comentários: