DESPREZO.
J. Norinaldo
Lacônico, quiçá a contumácia.
Recolho-me taciturno ao meu tugúrio.
Ser intimista, da sarjeta e do acaso,
Desprovido de anseios e bons presságios.
Sem abóbada convexa que me cubra,
Antagonista do emblemático Parnaso.
Sou parte da peçonha da serpente
Sempre a espreita de vidas declinantes
Nada estrênuo, covarde e delinqüente,
A bazofia é meu norte itinerante.
Baluarte de lama e de miasmas,
Algoz tirano de um reino de fantasmas.
Passageiro da nave dos vencidos,
Urdi os meus próprios pesadelos.
Quis ser Deus e eternizar o efêmero.
Ser íntimo da morte e de demônios,
Transformando em letargos os Meus sonhos,
Fantasiando quimeras ao desfaze-los.
De legado tenho apenas as mazelas.
O estigma de correntes e grilhões.
Sou o inculto que investiga alfarrábios,
Numa busca insensata incongruente
Conspurcar a escrita dos mais sábios,
Sublimando os mais reles dos vilões.
Afinal, quem sou eu, afinal?
Sou o sem nome e sem caráter.
Eu sou, o sem pátria e sem desterros,
Sou iníquo, fugiente á catarse.
Sou inócuo, puro, quase mártir.
Teu desprezo, me impeliu a estes erros.
J. Norinaldo
Lacônico, quiçá a contumácia.
Recolho-me taciturno ao meu tugúrio.
Ser intimista, da sarjeta e do acaso,
Desprovido de anseios e bons presságios.
Sem abóbada convexa que me cubra,
Antagonista do emblemático Parnaso.
Sou parte da peçonha da serpente
Sempre a espreita de vidas declinantes
Nada estrênuo, covarde e delinqüente,
A bazofia é meu norte itinerante.
Baluarte de lama e de miasmas,
Algoz tirano de um reino de fantasmas.
Passageiro da nave dos vencidos,
Urdi os meus próprios pesadelos.
Quis ser Deus e eternizar o efêmero.
Ser íntimo da morte e de demônios,
Transformando em letargos os Meus sonhos,
Fantasiando quimeras ao desfaze-los.
De legado tenho apenas as mazelas.
O estigma de correntes e grilhões.
Sou o inculto que investiga alfarrábios,
Numa busca insensata incongruente
Conspurcar a escrita dos mais sábios,
Sublimando os mais reles dos vilões.
Afinal, quem sou eu, afinal?
Sou o sem nome e sem caráter.
Eu sou, o sem pátria e sem desterros,
Sou iníquo, fugiente á catarse.
Sou inócuo, puro, quase mártir.
Teu desprezo, me impeliu a estes erros.
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