Você nunca está sozinho.
J. Norinaldo
J. Norinaldo
Aurora, a praia, as ondas, a maré calma, um homem sozinho caminha devagar. Nos pés descalços a sensação de frescor que lhe traz cada onda que lhe toca, no peito o calor de um vulcão pela dor que lhe tortura. No horizonte os últimos raios dourados indicam que logo virão estrelas, antes aguardadas ali mesmo a beira mar, quantas vezes vira as primeiras que surgiam nos olhos dela, na hora de um doce beijo. O homem pára, olha o espelho do mar e ver as primeiras estrelas, ainda tímidas., tão belo, o mar é lindo quando nele se reflete o céu estrelado, mas nem de longe é tão belo quanto este mesmo céu usava como espelho seu olhar, aliás, da cor do mar. Onde andará, também caminhará sozinha? Será que lembra o que já viu em seu olhar? Por que o mar é o céu são os mesmos, somente eles é que já não são mais um par? Agora somente uma triste lembrança. Olha para o alto, como se dali pudesse vir à resposta. Afinal por que sei tanto desse homem se está sozinho? Simples, esse homem sou eu. Ela, em cujos olhos tantas vezes vi brilhar as primeiras estrelas, essa já não sei mais quem é.
_ Disse apenas que é o homem que caminha a beira mar. E o seu nome?
Desculpe-me, pode parecer loucura, mas isto eu também não sei.
O que? Sabe meu nome? Ela também caminha sozinha no mesmo horário e este mesmo mar toca seus pés descalços, e também pensa em mim? Como pode saber disto? Como?
_ Esqueceu que quando olhou para cima não estava falando sozinho. Por que não olha novamente lá em cima.
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