Libido.
J. Norinaldo.
As mãos que deslizam em teu corpo nu,
O frêmito denunciado em teus arrepios,
No descompasso da tua respiração,
Na entrega total sem restrição,
A loucura que toma conta do teu ser,
No grito abafado pelo beijo de paixão.
A tua timidez quando vestida na sala,
Desaparece na rapidez do pensamento,
Quando a noite se oferece alcoviteira,
A paixão abala os alicerces do pudor,
Desmoronam-se as colunas da razão,
Quando o orvalho da libido roreja a flor.
A razão perde a razão do sentido,
E no furor de um animal enfurecido,
E num embate onde corpos se adentram,
Num linguajar por ninguém compreendido;
Na alquimia onde metades se completam...
O verdadeiro amor, pelo amor correspondido.
Numa luta corpo a corpo sem juizes,
Onde o juízo jamais teve voz ativa,
Onde a espada penetra, mas não fere,
Onde a ferida é perfumada uma flor viva,
Que se contrai a dar prazer a quem insere...
Entre seus lábios uma semente de vida.
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