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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
O Velho da Estação.
J. Norinaldo.
Estou sozinho na plataforma da estação,
Eu e a solidão que há muito vive aqui,
O velho sino sem badalo e sem corda,
Já não acorda os passageiros a dormir,
Sei que o trem não chegará nunca mais,
Mas a loucura não me deixa desistir.
Às vezes ouço o apito lá na curva,
No velho banco corroído por cupim,
Vejo nos trilhos a ferrugem do desprezo,
Mas um dia o meu amor volta pra mim,
Não foi hoje poderá ser amanhã...
Volto pra casa pra regar o seu jardim.
Toda primavera colho as rosas,
Numa guirlanda pra levar a estação,
E o velho banco lá está a minha espera,
Ainda lembro a manhã que partiste,
No beijo quente nessa mesma plataforma...
Hoje uma ruína que abriga outra tapera.
O velho banco, o velho louco a velha gare,
O velho sonho de um amor hoje em sucata,
Já não me importa se o trem chegar ou não,
Mas ninguém pode me tirar essa emoção,
O velho sino, o velho trem o velho louco...
Que pouco a pouco morre com a estação.
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