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quarta-feira, 29 de junho de 2011


Apenas um Giro.

J. Norinaldo.


Sente na mão o frio da maçaneta, gira entra e te desnuda, esquecendo os conceitos La de fora, dispensa tantos anjos que te guardam; por momentos regurgita os preconceitos que tem te acorrentado até agora. Chegar até a porta e recuar, é avessar o teu direito à vontade e pisar a liberdade que te aflora. Quando o frio dos lençóis tocar-te a pele, que não repele a carícia advinda, das mãos e de uma boca que te adora. Deixa fluir todo suor, não sufoques nenhum grito na garganta, não permitas que o látego da voz, venha te ruborizar a alma. Sublimas os momentos de loucura onde a própria razão se faz bobagem, te atira sobre a lança que te fere com a coragem do cio que te assoma; ignoras os sinos que badalam e escancara as porteiras que limitam, pisoteia o pudor que te rodeia. Quando em fim no silencio da madorra, no cansaço da batalha não vencida, agradeças a maçaneta que num giro, permitiu teu encontro com a vida.

1 comentário:

Maurélio disse...

Esplêndida a crônica caro poeta, meus aplausos.