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segunda-feira, 27 de junho de 2011


Louca Busca.

J. Norinaldo.


Busco caminhando a passos lentos,

Uma toca na esfera espichada,

Onde possa me abrigar do vento,

E furar os calos da caminhada;

Indicar o caminho a quem me segue,

Para o fim do caminho ou para o nada.


No deserto não há curvas ou esquinas,

Cada monte é uma curva que se eleva,

Todo túnel é uma toca que se espicha;

Cada lua nessa minha caminhada,

Para o nada ou para fugir da treva...

É um ponto colocado em minha ficha.


Cada lobo desgarrado da matilha,

Como um toco de cigarro apagado,

Cada toca que abriga contra o vento,

Um sinal que o caminho está errado;

E que a esfera espichada não tem fim,

Perdido, estarei de qualquer lado.


Mesmo assim vou seguindo a passo lento,

Contra o vento tenho a toca que me abriga,

Escrevendo meus poemas na poeira

Como pena vou usando o meu cajado,

Como escrita uso a língua mais antiga;

Se for louco como eu, então me siga.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Parece-me que a busca é inerente a todo ser vivo. Estamos nesse contexto, portanto busquemos sempre... UM SENTIDO PARA A VIDA. Viver a nossa faz toda a diferença. Abraço, amigo.